sábado, 7 de dezembro de 2013

Dama


A Noite sempre me empurra um mal estar saudável, ela insiste em meus sonhos, ela me ilude ou eu tomo como ilusão. Ela vem acompanhada de música boa, música minha. Se não é pra me deixar muito grato com a lua é para me dar uma pancada na cabeça e um outro empurrão na mão, que acaba me fazendo escrever o que o coração, e não a razão, me fala. Quando se trata de emoção apelo pra lua e entrego nas mãos dela qualquer medo, e pra encorajar? Ah! Pra encorajar a própria Noite me obriga a tomar com água, pois a água limpa a coragem de fazer algo incorreto, a coragem de me tornar quem eu não sou. Durante a Noite os sentimentos mais “melosos” me vêm e ficam brigando entre si pra ver qual me rende mais rápido e fácil.
Se me pedissem para descrever o que é a Noite pra mim eu diria, muito simplificadamente, que ela é inspiração, a criação, a preparação ou como significaria para alguns outros seria o próprio Deus. Ela canta, ele admira, ela ouve, fala e reclama. Ela grita, silencia. Eu nada contradigo! A ela sou escravo fiel! A ela deposito toda a minha confiança, cegamente! Eu a vejo como uma mulher, ora como uma mulher simples e humilde, ora como uma dama sofisticada e mandona.
Há quem não a escute, há quem a use somente para passar despercebido dos olhares frios e protecionistas. Eu há vejo como uma grande mãe, que acolhe todos. Ela me leva até quem eu gosto e me tira de lá com a mesma facilidade e sem nenhuma explicação. Talvez ela seja toda essa matéria escura e silenciosa, mas talvez ela seja algo que eu carrego. Uma nuvem que grudou na minha alma e que transparece o que de sincero tem em mim para todo mundo, sem nenhuma autorização, mas nenhuma reivindicação, minha. Longe de mim discordar de uma mãe tão guardadora e sabia quanto ela.

E com isso só há uma coisa a dizer a ela: ...Guie-me!

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