sábado, 7 de dezembro de 2013

Dama


A Noite sempre me empurra um mal estar saudável, ela insiste em meus sonhos, ela me ilude ou eu tomo como ilusão. Ela vem acompanhada de música boa, música minha. Se não é pra me deixar muito grato com a lua é para me dar uma pancada na cabeça e um outro empurrão na mão, que acaba me fazendo escrever o que o coração, e não a razão, me fala. Quando se trata de emoção apelo pra lua e entrego nas mãos dela qualquer medo, e pra encorajar? Ah! Pra encorajar a própria Noite me obriga a tomar com água, pois a água limpa a coragem de fazer algo incorreto, a coragem de me tornar quem eu não sou. Durante a Noite os sentimentos mais “melosos” me vêm e ficam brigando entre si pra ver qual me rende mais rápido e fácil.
Se me pedissem para descrever o que é a Noite pra mim eu diria, muito simplificadamente, que ela é inspiração, a criação, a preparação ou como significaria para alguns outros seria o próprio Deus. Ela canta, ele admira, ela ouve, fala e reclama. Ela grita, silencia. Eu nada contradigo! A ela sou escravo fiel! A ela deposito toda a minha confiança, cegamente! Eu a vejo como uma mulher, ora como uma mulher simples e humilde, ora como uma dama sofisticada e mandona.
Há quem não a escute, há quem a use somente para passar despercebido dos olhares frios e protecionistas. Eu há vejo como uma grande mãe, que acolhe todos. Ela me leva até quem eu gosto e me tira de lá com a mesma facilidade e sem nenhuma explicação. Talvez ela seja toda essa matéria escura e silenciosa, mas talvez ela seja algo que eu carrego. Uma nuvem que grudou na minha alma e que transparece o que de sincero tem em mim para todo mundo, sem nenhuma autorização, mas nenhuma reivindicação, minha. Longe de mim discordar de uma mãe tão guardadora e sabia quanto ela.

E com isso só há uma coisa a dizer a ela: ...Guie-me!

sábado, 23 de novembro de 2013

Uma das coisas que Jorge Furtado (medico, jornalista, psicologia e artista de formações incompletas) que eu concordo é que hoje em dia existe uma "demonização" da politica. O que será dos bons personagens que pensam em se tornar políticos e que ao se depararem com uma imagem borrada de todos que seguem esse caminho desistem por padecerem, se assim adentrarem, de uma visão erradíssima sobre si mesmos, que ninguém que se compromete com a justiça quer ter. Ou seja, eu quero fazer o bem (tendo como bem: respeitar os valores morais da sociedade atual) para todos os que moram na minha cidade e eu sou reconhecido como um bom cidadão por todos os natalenses, por exemplo, e vejo que seria mais adequado eu estar num lugar em que tecnicamente é ocupado por pessoas como eu, como a câmara dos deputados, por exemplo. Porém, se eu conseguir ocupar um cargo representativo das vontades do povo não vou mais ter a imagem de bom cidadão que tinha conquistado, agora eu seria um porco imundo, um mamador do governo, um ladrão... entre outros esteriótipos que se aplicam a esses profissionais. É compreensível notar o quanto essa "demonização" é grave?!
Obs: Will.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Suspiro pro sono fadonho

Quero mais que estar ali, minhas vontades são gigantescas e desajeitadas, esbarram em todos os lugares e tropeçam nos próprios pés. Cheias de cobranças e dividas elas buscam socorrer a qualquer um na tentativa de se apegar a algo que a faça sentir fortes dores no peito, ela estará viva se sentir tal dor e quanto maior mais viva estará.

Ela roda com os dedos os ponteiros do relógio e trás a noite pra ela. Com a noite ela não precisa criar olhares para as pessoas, ela simplesmente as imagina. Tento num, dois, três, quatro, cinco-seis-sete-oito-nove-dez aaaaaaaatos saciar seus desejos.

Na forma de dor, dor que me acompanha desde a infância, trago cor a minha vida. Como quem toca nos enfermos e os cura transferindo suas dores pra o próprio corpo num ato de sacrifício válido. Meu próximo é quem dá pulsos ao meu coração, sem ele eu morro sem merecimentos algum do paraíso.

Outra vez achei alguém nos livros que sacrificou sua vida pelo próximo, mas que não pedia cópias dele nem nada. Ele ganhou um punhado de louvores que o angustiam.
Eu conheci e até me identifiquei com ele, mas percebi que sou o necessário para o sacrifício e que não quero arranjar pessoas para colocar minhas atitudes em padrões e serem parecidas com a desse sujeito que li num livro.

A noite trazida pelos dedos das minhas vontades me anestesia o cérebro e me cansa pro outro dia,  o que eu tenho que fazer e o que eu precisaria me vem a tona como um soco nas costas me deixando sem ar.

Essa porra de noite tá grande e eu não tenho saco pra continuar anestesiado, tem um galo me infernizando e a chuva que cai pesa meus olhos e me faz sentir atração pela cama.


quinta-feira, 29 de agosto de 2013

'O príncipe Ele'

Um pequenino me aparece,
Mas não é meu,
Eu tento pega-lo com minhas mãos,
Mas fui lento.
Ele foge!
Logo depois ele volta pra mim, mas não é meu.
Eu tento segura-lo com cuidados em minha mão.
Ele escapar devagar com a minha investida devagar.
Não sei o que seria aquele pequeno,
Mas quero ele pra mim.
Tento agora não mais pegá-lo,
Observo apenas.
Solto um olhar manso,
Não sei como reagir pra poder pegá-lo pra mim.
Nunca o fiz!
Ele tem marcas no corpo,
Ele já foi pego outras vezes.
Como eu vou pegá-lo agora?
Ele está mais arisco.
Conto-lhe uma história,
Ele gosta?
Conto-lhe sobre mim
Ele gosta?
De sobre?
ou de mim?
Por fim, enfim
Sinto ele em mim
Casa de teto em mim,
De lage e de chão sim!
Ele se sente assim?
Por fim, enfim...
Só quero ele pra mim!