segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Suspiro pro sono fadonho

Quero mais que estar ali, minhas vontades são gigantescas e desajeitadas, esbarram em todos os lugares e tropeçam nos próprios pés. Cheias de cobranças e dividas elas buscam socorrer a qualquer um na tentativa de se apegar a algo que a faça sentir fortes dores no peito, ela estará viva se sentir tal dor e quanto maior mais viva estará.

Ela roda com os dedos os ponteiros do relógio e trás a noite pra ela. Com a noite ela não precisa criar olhares para as pessoas, ela simplesmente as imagina. Tento num, dois, três, quatro, cinco-seis-sete-oito-nove-dez aaaaaaaatos saciar seus desejos.

Na forma de dor, dor que me acompanha desde a infância, trago cor a minha vida. Como quem toca nos enfermos e os cura transferindo suas dores pra o próprio corpo num ato de sacrifício válido. Meu próximo é quem dá pulsos ao meu coração, sem ele eu morro sem merecimentos algum do paraíso.

Outra vez achei alguém nos livros que sacrificou sua vida pelo próximo, mas que não pedia cópias dele nem nada. Ele ganhou um punhado de louvores que o angustiam.
Eu conheci e até me identifiquei com ele, mas percebi que sou o necessário para o sacrifício e que não quero arranjar pessoas para colocar minhas atitudes em padrões e serem parecidas com a desse sujeito que li num livro.

A noite trazida pelos dedos das minhas vontades me anestesia o cérebro e me cansa pro outro dia,  o que eu tenho que fazer e o que eu precisaria me vem a tona como um soco nas costas me deixando sem ar.

Essa porra de noite tá grande e eu não tenho saco pra continuar anestesiado, tem um galo me infernizando e a chuva que cai pesa meus olhos e me faz sentir atração pela cama.


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